Olá, pessoal! Bem-vindos a mais uma edição de “Reflexões Além do Código”, onde hoje vamos falar sobre algo que todo mundo acha que sabe fazer: dialogar! (Spoiler: a gente não sabe tanto assim não.rs)
Hoje vamos explorar um livro que me pegou de jeito, daqueles que você começa a ler e vai marcando cada página porque “nossa, isso aqui é muito real!”. O livro é “Aprendizagem dialógica na sociedade da informação” dos autores Adriana Aubert, Ainhoa Flecha, Carme García, Ramon Flecha e Sandra Racionero (sim, foram precisos 5 autores pra explicar por que a gente precisa aprender a conversar melhor.rs). A versão que tenho foi publica pela EdUFSCar traduzido para o português (a original deve estar em Catalão, pois os autores são de Barcelona). Tive acesso a esse livro através de um jeito muito curioso… o diálogo! rs
Apresentação: Livro da Vez
Título da Edição: Aprendizagem dialógica na sociedade da informação
Imagine uma realidade onde as pessoas realmente se escutam em vez de só esperarem sua vez de falar (eu sei, parece ficção científica, mas calma que melhora). Em uma era onde todo mundo tem opinião sobre tudo (principalmente no Twitter), será que ainda sabemos ter um diálogo verdadeiro? (O quanto você é capaz de aceitar um feedback? E o quanto você é capaz de dar um feedback que não seja maldoso/invejoso? Pense nisso.rs).
E o que ele diz?
O livro mergulha em como podemos construir conhecimento através do diálogo verdadeiro, não aquele “monólogo disfarçado de conversa” que a gente tanto vê por aí. E não pensem que isso é papo furado moderno não. O livro bebe da fonte de dois gigantes do pensamento: Habermas, com sua teoria da ação comunicativa (sim, aquele alemão que decidiu que precisava explicar como as pessoas se comunicam, porque aparentemente ninguém tinha pensado nisso antes.rs), e nosso Paulo Freire, que já dizia que educação sem diálogo é tipo feijoada sem feijão – não faz o menor sentido.
Alguns pontos que me fizeram questionar se eu realmente sei o que é dialogar:
- Diálogo igualitário: Aqui a ideia é simples – todo mundo tem voz igual na conversa. Não importa se você é o CEO da empresa ou o estagiário que começou ontem, o que vale é a força do argumento, não o cargo no LinkedIn (embora tenha alguns cargos que pareçam um semideus, enfim…).
- Inteligência Cultural: Cada pessoa carrega uma biblioteca ambulante de experiências. Sua vó pode não saber nada de física quântica, mas aposto que ela sabe umas 50 formas de fazer aquele remédio caseiro funcionar (e funciona mesmo, viu?).
- Transformação: O verdadeiro diálogo tem poder de transformar não só nossa compreensão, mas também nossa realidade social. É tipo um efeito borboleta da comunicação – uma conversa aqui pode virar uma revolução ali.
- Dimensão Instrumental: Não é só papo furado não! A aprendizagem dialógica se preocupa com conteúdo também. É aquela história: não basta só conversar, tem que aprender algo útil no processo (tipo quando você descobre que estava fazendo algo errado a vida toda depois de uma conversa sincera).
- Criação de Sentido: É quando aquele conteúdo chato começa a fazer sentido porque você conseguiu conectar com sua vida real. Tipo quando você finalmente entende por que precisa aprender matemática (além de calcular o desconto do shopping, claro.rs).
- Solidariedade: O aprendizado dialógico promove uma forma de educação baseada na cooperação em vez da competição. Imagina só que loucura: aprender junto em vez de tentar provar que é melhor que todo mundo! (uma sala de aula onde ninguém esconde o caderno pra não “passar cola” pode parecer utópico, mas não segundo esse livro)
- Igualdade de Diferenças: O direito de ser diferente é parte da igualdade. É tipo um paradoxo zen, mas faz todo sentido quando você pensa bem.
E sabe o que é mais legal? Eles não ficam só na teoria não. O livro traz várias formas de colocar isso tudo em prática:
- Grupos Interativos: Pequenos grupos onde todo mundo participa e aprende junto. É tipo um grupo de trabalho, só que um que funciona de verdade.
- Tertúlias Dialógicas: Reuniões para discutir livros, arte, música… Basicamente um clube do livro turbinado, onde até aquele colega que só leu a contracapa tem algo interessante pra contribuir.
- Bibliotecas Tutoradas: Espaços de aprendizagem onde a comunidade toda participa. É tipo transformar a biblioteca no point mais legal do bairro (Olha o terceiro lugar ai!).
- Formação de Familiares: Porque educação não para quando você sai da escola. Até aquele seu tio que “sabe tudo” pode aprender algo novo.
- Participação Educativa da Comunidade: A escola vira um espaço de todos. É tipo um “cada um faz sua parte”, só que organizado e com propósito.
Citações preferidas
“Dessa forma, o conhecimento é criado em situações de interação entre pessoas diferentes, que contribuem com seus saberes, experiências, vivências e sentimentos. A aprendizagem resultante desses processos, por um lado, transforma o que as pessoas sabiam antes de participar desse diálogo, porque amplia e torna mais complexo o conhecimento e, por outro, transforma seu entorno sociocultural e a elas mesmas.”
“A língua é um instrumento de acesso à informação, conhecimento e, ao mesmo tempo, o instrumento pelo qual as pessoas se comunicam, fazem coisas, influenciam no comportamento dos demais e em seu próprio, chegam a entendimentos e coordenam ações.”
“O uso da linguagem técnica ou similar por parte do professorado coloca barreiras ao entendimento das famílias e acaba sendo um fator excludente se pensarmos na necessidade de nos entendermos com todas elas para coordenar as interações na educação de meninos e meninas.”
“A inteligência é um potencial cognitivo: é moldável, aprende-se, transforma-se e desenvolve-se em função das oportunidades criadas em cada contexto social e cultural.”
Ficamos por aqui
Como seres supostamente evoluídos da era digital (embora às vezes eu tenha minhas dúvidas.rs), estamos constantemente conectados, mas será que estamos realmente dialogando? (como estamos tão afoitos para desenvolver sistemas “inteligentes” se mal conseguimos resolver conflitos simples de diálogo?).
Este livro me fez perceber que talvez a maior tecnologia que precisamos desenvolver não está nos nossos dispositivos, mas na nossa capacidade de realmente escutar e aprender uns com os outros (não seria isso a abstração de inteligência natural ou humana?!?!?).
Que tal começarmos a praticar mais o diálogo verdadeiro? Vai que aquela discussão acalorada no grupo da família pode se transformar em uma conversa construtiva? (Ok, talvez eu esteja sendo muito otimista aqui.rs)
Espero que tenham gostado e se inspirem em compartilhar (a informação só representa riqueza quando compartilhada). Incentivo a postarem livros que gostem!!!
Se for de seu agrado, deixe nos comentários sugestões de livros (a promessa de leitura será simbólica, minhas estantes estão arriando de tanto material pra ler ainda, senhor!!! Rs).
Até a próxima!!!
“Em cada página virada, estamos nos construindo como pensadores, abrindo um portal para infindáveis possibilidades. Que nossos diálogos continuem a inspirar, conectar e transcender fronteiras. Juntos, elevaremos a narrativa além dos códigos.”
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